terça-feira, 15 de abril de 2014

Céu limpo permitiu boa observação da "lua sangrenta"



Foto: Reprodução/Nasa
Fenômeno que aconteceu na madrugada desta terça-feira 15 de março, encanta e assusta com teorias que preveem até o fim do mundo


 A madrugada desta terça-feira, 15, reservou um espetáculo e tanto para quem se privou de algumas horas de sono não dormindo ou acordando mais cedo. Um belíssimo - e por certo ponto de vista assustador - eclipse lunar foi observado com clareza no céu de Santa Cruz do Sul e do Vale do Rio Pardo.

Tudo iniciou por volta das 3 horas, quando uma sombra começou a "tapar" o satélite natural da Terra. Por volta das 4 horas, a sobra escura ganhou um tom avermelhado, podendo ser observado perfeitamente, já que o céu estava aberto e estrelado na Região. 

Os eclipses em si são fenômenos comuns e acontecem periodicamente. Mas este teve em si algo diferente. Em primeiro lugar, não foi um, mas uma sequência de quatro eclipses. Por isso, as crenças e misticismo colocaram a ocasião como algo muito além de um espetáculo astronômico...


FIM DO MUNDO?

Para o fundador da Igreja Cornerstone do Texas, John Hagee, a sequência de eclipses pode significar “o começo do fim do mundo”. Para o religioso, as “Quatro Luas de Sangue” são um presságio do Dia do Juízo Final, o retorno de Cristo à Terra. O fenômeno é citado em uma passagem bíblica do Livro de Joel, no Antigo Testamento, que diz: “O sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, antes que venha o grande e terrível Dia do Senhor” (Joel 2:31).

A Igreja Cornestone está se organizando para a passagem da tétrade (como é chamada a sequência de quatro eclipses) há alguns anos e, entre os preparos, está o livro escrito por Hagee chamado “Blood Moons: Something is About to Change" (em tradução livre: Luas de sangue: Algo está prestes a mudar). O livro, de 2013, não tem edição no Brasil, e explicaria tais profecias.


 O ECLIPSE

De acordo com o pesquisador de Astrofísica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), André Milone, o eclipse da Lua acontece quando o satélite é coberto parcial ou completamente pela sombra da Terra, ao entrar numa faixa de sombra (em forma de cone) que se forma com a incidência do Sol na Terra. Dessa forma, o planeta fica entre o satélite e a estrela.

Durante o fenômeno astronômico, a Lua pode ficar quase completamente desaparecida ou chegar a uma forte cor avermelhada e brilhante.

Geralmente, os eclipses totais são seguidos por eclipses parciais – em meio também aos eclipses solares. Porém, nos próximos meses, vamos acompanhar a sequência de quatro eclipses totais da Lua, o que os astrônomos da Nasa chamam de “Tétrade”.


A TÉTRADE

O ciclo de Tétrade começou neste 15 de abril e terminará apenas em 28 de setembro do próximo ano.

A sequência de eclipses totais foi presenciada em outros momentos da História, entre eles: na Idade Média, em 1493, quando os judeus foram expulsos pela Inquisição Católica na Espanha; a segunda, em 1949, quando o Estado de Israel foi estabelecido na Palestina, e a terceira em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias entre Árabes e Israelenses.


POR QUE VERMELHO?

Povos na China diziam que a Lua ficava ‘manchada de sangue’. Na verdade, a coloração vermelha pode acontecer no ponto máximo de qualquer eclipse lunar.

"A atmosfera da Terra é muito fina (uma camada de 150 quilômetros), e quando a luz do sol passa por esta crosta, ela incide uma cor que mostra o quanto de sujeira há naquele momento”, disse o astrônomo e diretor do Observatório Astronômico do Departamento de Astronomia da UFRGS, Claudio Miguel de Bevilacqua, ao site Terra.


Nenhum comentário:

Postar um comentário