segunda-feira, 11 de julho de 2011

HU de Cascavel tem problemas graves de gestão, aponta CPI

                      Deputado Paranhos no HU em Cascavel

                    Em uma avaliação preliminar, a vistoria realizada hoje (07) pela CPI dos Leitos do SUS no Hospital Universitário de Cascavel (HU) apontou problemas graves de gestão administrativa. “Não é possível que o hospital mantenha 33 leitos vagos reservados para problemas específicos quando há pacientes esperando desesperadamente por uma vaga”, comentou o presidente da CPI, deputado Paranhos (PSC), ao ouvir de um dos diretores que “todos os leitos estavam reservados para pacientes com problemas vasculares”.
Durante mais de uma hora, deputados e técnicos da CPI, acompanhados pela imprensa, puderam percorrer as diversas alas do hospital e identificar algumas das causas que resultam em problemas de atendimento aos pacientes e que normalmente não estão visíveis à opinião pública. Além de obras inacabadas e leitos inexplicavelmente fechados, pacientes são mantidos esperando atendimento como uma “espécie de escudo humano para tentar evitar a chegada de mais gente”, segundo o que deu a entender um dos médicos.
A negligência administrativa se estende a procedimentos que deveriam ser simples e rotineiros, como o conserto de equipamentos. Em uma das salas a CPI encontrou macas, cadeiras de rodas, estufas e outros equipamentos aguardando conserto e em processo de sucateamento. Em outros locais, onde deveria haver leitos com pacientes, os espaços estão sem destinação específica ou foram transformados em salas de reuniões. “O que vimos revela uma inaceitável acomodação e falta de ação em detrimento do atendimento da população”, avaliou o presidente da comissão, adiantando que um relatório em separado será encaminhado à Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia, já que o hospital é de responsabilidade da Unioeste.
Na visita à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Av. Tancredo Neves os deputados encontraram uma situação mais tranquila, mas foram informados por alguns funcionários que alguns pacientes que aguardavam encaminhamento foram mandados para casa horas antes da chegada da CPI.
Já no Hospital Santa Catarina, o único estabelecimento privado a ser visitado, os membros da CPI encontraram 40 leitos e cinco UTIs sem ocupação por falta de convênio com o SUS. De acordo com o deputado Paranhos, todo esse quadro, notadamente a situação do HU, vai merecer um estudo especial da CPI, incluindo uma fiscalização da aplicação dos recursos do SUS por parte do Ministério Público, Tribunal de Contas da União e da Secretaria de Estado da Saúde. “Vamos apontar as falhas, mas também sugerir alternativas para a solução dos problemas, de forma que haja melhoria no atendimento à população”, destacou.   
TOLEDOEmbora tenha visitado apenas o Hospital Bom Jesus – o maior da cidade -, em Toledo a equipe da CPI encontrou uma situação mais tranqüila. Segundo o deputado Elton Welter (PT), “apesar de ter problemas semelhantes aos já encontrados em outras regiões, o hospital está com todos os leitos ocupados, mas sem pacientes em corredores”. Ainda segundo o parlamentar, a dificuldade do Hospital Bom Jesus está na área de cirurgias neurológicas, em razão de ter sido descredenciado pelo SUS. “Vamos tentar articular com a reversão dessa situação, pois o hospital tem equipe e equipamentos para realizar esse tipo de procedimento”, adiantou.

CRÉDITO: Gabriel Bueno

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